terça-feira, 26 de março de 2013

Animais Silvestres. Se Ninguém Compra, Ninguém Caça, Ninguém Vende


Os animais silvestres são aqueles que vivem livres na natureza e não tiveram seus comportamentos alterados pelos seres humanos, como os domésticos. Esses animais são indispensáveis para o equilíbrio ecológico dos ecossistemas. Servem de alimentos, como dispersores de sementes e controlam as populações para que algumas espécies não se tornem pragas.



"Manter animal silvestre em cativeiro é crime, caso você não possa comprovar sua origem, principalmente se foi adquirido através de traficantes ou contrabandistas"


O animal silvestre vivendo em cativeiro perde sua capacidade de viver na natureza e não pode ser solto sem o acompanhamento de um especialista.


Caso você possua um animal silvestre irregular procure o órgão ambiental mais próximo, pois sua entrega voluntária não implicará em penalidades. 


O tráfico internacional de animais silvestres só perde apenas para o tráfico de drogas e de armas. Sendo que 95% do comércio de animais silvestres é ilegal e cerca de 80% dos animais não chegam vivos no seu destino final. Depois do desmatamento o tráfico de animais é considerado a maior causa de extinção de espécies. 



"Ao ver animais silvestres sendo vendidos lembre-se de tudo que leu aqui e que a natureza precisa mais deles que você. Quando pensar em ter um animal de estimação lembre-se que há milhares de cães e gatos esperando a adoção"



Denuncie o tráfico clicando na figura abaixo:




Por: Guedes, F.L.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Mata Atlântica, Tiraram a Mata restou a Atlântica ...

Presente em grande parte da região litorânea do Brasil, a Mata Atlântica, encontra-se em processo de extinção. Isto vem se arrastando desde os primórdios do “descobrimento” do Brasil, com extração do pau-brasil.


"Antes de tudo seria bom você assistir o vídeo sobre a Mata Atlântica, logo abaixo"



Hoje, restam apenas 7,91 % de remanescentes florestais dos 1.315.460 km² que existiam e estendia-se originalmente pelo litoral brasileiro do Rio Grande do Sul ao Piauí. É um Hotspot mundial, ou seja, uma das áreas mais ricas em biodiversidade e mais ameaçada do PLANETA e também decretada RESERVA DA BIOSFERA pela UNESCO e é legalmente PATRIMÔNIO NACIONAL de acordo com a Constituição Federal de 1988. 


E mesmo com toda devastação já ocorrida, iniciada com a chegada dos europeus ao Brasil, a Mata Atlântica, ou o que resta dela, ainda abriga uma das mais altas taxas de biodiversidade do planeta: cerca de 20.000 espécies de plantas, equivalendo a 6,7% de todas as espécies do mundo, sendo que 8.000 endêmicas, ou seja, só há aqui. A flora da Mata Atlântica detém um recorde mundial de biodiversidade com mais de 450 espécies de árvores por hectare. Também vivem na Mata Atlântica cerca de 112 milhões de habitantes, ou seja, mais de 61% da população do País. 




Atualmente, o crescimento no setor de construção civil, o corte ilegal de árvores e a poluição ambiental são os principais fatores responsáveis pela extinção desta mata.
O Projeto de Lei da Mata Atlântica, que regulamenta o uso e a exploração de seus remanescentes florestais e recursos naturais, tramitou por 14 anos no Congresso Nacional e foi finalmente sancionado pelo presidente Lula em dezembro de 2006. 


Hoje existem 131 unidades de conservação federais, 443 estaduais, 14 municipais e 124 privadas, distribuídas por dezesseis estados. Apesar da Mata Atlântica ter o maior número de unidades de conservação na América Latina, esses números não são suficientes, pois ainda assim, as áreas protegidas cobrem menos de 2% do bioma. 


As atuais áreas de conservação são somente remanescentes medíocres do que foi antes a Mata Atlântica. O que podemos fazer é tentar aprender com os erros do crescimento e do desenvolvimento do Brasil. Neste sentido, ter consciência do que ainda temos, pode trazer às pessoas o potencial de conhecimento necessário para a correta conservação/preservação dos poucos remanescentes de Mata que restou ao nosso País.

"Seja um parceiro e defenda essa causa clicando na Imagem"
POR: GUEDES, F.L.

sábado, 9 de junho de 2012

Pegada Ecológica? Que Marcas Você Quer Deixar no Planeta?

A nossa caminhada pela Terra deixa marcas "pegadas" no meio ambiente. E essas pegadas dizem muito sobre quem somos!


A partir das pegadas deixadas por animais podemos conseguir informações sobre eles: peso, tamanho, força, hábitos e inúmeros outros dados sobre seu modo de vida. E Com os seres humanos, acontece algo semelhante, pois quanto mais se acelera nossa exploração do meio ambiente, maior se torna a marca que deixamos na Terra.

O que é Pegada Ecológica?

A expressão “Pegada ecológica” é atualmente usada ao redor do globo como um indicador de sustentabilidade ambiental. Refere-se à quantidade de terra e água que seria necessária para sustentar as gerações atuais, tendo em conta todos os recursos materiais e energéticos gastos por uma determinada população. 

O uso excessivo de recursos naturais, o consumismo exagerado, a degradação ambiental e a grande quantidade de resíduos gerados são rastros deixados por nós.

“A pegada ecológica das populações de Países industrializados é, em geral, maior do que as das populações de Países em desenvolvimento”

Como se calcula a Pegada Ecológica ?


Para calcular é necessário somar todos os componentes que podem causar impactos ambientais, tais como:

* área de energia fóssil (representa a área que deveríamos reservar para a absorção do CO2 que é libertado em excesso )

* terra arável (representa a área de terreno agrícola necessária para suprir as necessidades alimentícias da população)

* pastagens (representa a área necessária para criar o gado em condições minimamente "razoáveis")

* floresta (representa a área de floresta necessária para fornecer madeira e seus derivados e outros produtos não lenhosos)

* área urbanizada (representa a área necessária para a construção de edifícios)


A Pegada Ecológica não é uma medida exata e sim uma estimativa. Ela nos mostra até que ponto a nossa forma de viver está de acordo com a capacidade do planeta de oferecer, renovar seus recursos naturais e absorver os resíduos que geramos por muitos e muitos anos.



Calcule sua Pegada Ecológica clicando na imagem abaixo e escolha o Brasil como seu país para fazer o teste em Português.

Por: Guedes, F.L.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Hã? Rio + 20? WTF ?

Em Junho de 2012 o Brasil será sede da Conferência das Nações Unidas Sobre o Desenvolvimento Sustentável realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) no Rio de Janeiro.

Objetivo

Renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes 

Qual a importância dessa Conferência? 

Líderes de 193 Países que fazem parte da ONU, além de representantes de vários setores se reunirão para discutir formas de como podemos transformar o planeta em um lugar melhor para viver, inclusive para as futuras gerações. 

Por que a Conferência recebeu o nome Rio+ 20? 

Pois o evento acontecerá no Rio de Janeiro, exatamente 20 anos depois de outra conferência internacional que tinha objetivos muito semelhantes: a ECO 92, com o objetivo de debater meios possíveis de desenvolvimento sem desrespeitar o meio ambiente. Vinte anos depois, a Rio+20 reunirá os líderes de todo o mundo para fazer um balanço do que foi feito nas últimas duas décadas e discutir novas maneiras de recuperar os estragos que já fizemos no planeta, sem deixar de progredir. 


"A ECO 92 gerou a criação de importantes documentos como a Agenda 21, as Convenções da Diversidade Biológica e do Clima e a Carta da Terra"

Durante a ECO 92 uma menina de apenas 12 anos, Severn Suzuki, emocionou o mundo com seu depoimento no qual pedia aos adultos que respeitassem o o planeta que eles deixariam para as futuras gerações – Assista o vídeo do depoimento da garota a seguir. 

A Conferência terá dois temas principais: 

§ A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e 

§ A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. 

A Rio+20 será composta por três momentos. Nos primeiros dias, de 13 a 15 de junho, está prevista a III Reunião do Comitê Preparatório, no qual se reunirão representantes governamentais para negociações dos documentos a serem adotados na Conferência. Em seguida, entre 16 e 19 de junho, serão programados eventos com a sociedade civil.

No mesmo período da Rio+20, o Rio de Janeiro sediará, também, a Cúpula dos Povos : um evento que contará com debates, palestras e uma porção de outras atividades, sobre os mesmos temas da Conferência da ONU, mas que serão promovidos por grupos da sociedade civil como ONGs e empresas. 

Saiba mais sobre a Cúpula dos Povos clicando aqui

O tema Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável já está meio batido e muita gente desanima em não ver resultados imediatos e nem envolvimento da sociedade, mas a ideia de que todos as esferas da sociedade discutam, ao mesmo tempo, maneiras de transformar o planeta em um lugar melhor para vivermos sempre será de grande valor e importânia para as gerações presentes e futuras. E mesmo quem não participar dessa reunião pode ajudar, pensando em maneiras de diminuir seu impacto na Terra. 

Você também pode colaborar para um Planeta mais Sustentável mudando seus pensamentos e atitudes, basta querer !!! 


Saiba mais sobre o evento clicando aqui 

Rio + 20 nas redes sociais Twitter - Facebook


Por: Guedes, F.L.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Tráfico de Animais Silvestres Pela Internet ?


O Brasil possui uma das mais ricas biodiversidades do planeta. O tráfico de animais silvestres tornou-se um problema pouco conhecido e seríssimo, já que é o 3º maior do mundo, estando atrás somente do tráfico de drogas e de arma. Não existem estatísticas exatas, mas as estimativas são assustadoras. 


Aproximadamente vinte milhões de filhotes de mamíferos e aves são retirados de seus habitats todo o ano. Desses, apenas 1% sobrevivem e chegam aos consumidores e, alguns, são recuperados em flagrantes, mas nem todos poderão retornar à natureza, condenados a viver em cativeiro. 

No Brasil, o comércio de animais silvestres invadiu a rede mundial de computadores. Pela internet, os criadores fazem encomenda, pagam pelo produto e depois recebem os bichos em casa. Os fiscais do IBAMA, como a transação é virtual, encontram dificuldades para fiscalizar esta atividade que vem crescendo com a tecnologia avançada. 


Tráficos de Animais pela Internet 

O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) que é uma autarquia federal responsável pela execução da Política Nacional do Meio Ambiente, encontra diversas dificuldades na fiscalização do comércio de animais silvestres em lojas virtuais no Brasil. 


Pela internet, os criadores fazem encomenda, pagam pelo produto e depois recebem os bichos em casa. Como a transação é virtual, os fiscais do IBAMA encontram dificuldades para fiscalizar a atividade. 

Segundo a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), os animais mais traficados para pet shops, segundo o site, são: jibóia, periquito, cágado, sagui, arara vermelha, cascavel e tartarugas. 


Animais mais procurados pelo tráfico

Papagaio-de-cara-roxa, Arara Canindé, Arara-vermelha, Corrupião, Curió, Tie-sangue, Saíra-sete-cores, Tucano, Mico-leão-dourado, Macaco-prego, e Jaguatirica . 

Animais para colecionadores particulares e zoológicos

Este talvez seja o mais cruel dos tipos de tráfico da vida selvagem, pois ele prioriza principalmente as espécies mais ameaçadas de extinção. Quanto mais raro for o animal, quanto mais ameaçado, ou quanto menos exemplares existir na natureza, maior é o seu valor de mercado. 

Exemplos: Arara Azul de Lear, Arara Canindé (azul/amarela), Papagaio Cara Roxa , Mico Leão Dourado e Jaguatirica. 

Animais para fins científicos 

neste grupo encontram-se as espécies que fornecem a química base para a pesquisa e produção de medicamentos. É um grupo que percebeu as facilidades no país e por isso mesmo aumenta a cada dia. 

Exemplos: Jararaca , Jararaca Ilhôa, Cascavel , Sapos Amazônicos, Aranha marrom , Outras aranhas, Besouros, Vespas. 

Os animais abaixo têm substâncias extraídas para serem vendidas por grama. 
Exemplos: Jararaca, , Urutu , Surucucu, Coral, Aranha marrom, Escorpião brasileiro. 

Animais para pet shop's

É a modalidade que mais incentiva o tráfico de animais silvestres no Brasil. Devido à grande procura, todas as espécies da fauna brasileira estão incluídas nessas categoria. Os preços variam de acordo com a espécie e quantidade encomendada. 

Exemplos: Jibóia, Tartaruga, Arara Vermelha, Tucano, Melro, Saíra, Saguí. 


"Enquanto não houver uma real preocupação em se trabalhar as causas do tráfico, seus principais vetores, combatendo a pobreza, criando oportunidades outras que não a retirada de animais de seu habitat, conscientizando a população de que ter um animal silvestre em casa é crime que agride não só o sistema jurídico, mas o ciclo natural em que há co-dependência de espécies, a reprimenda penal terá pouca ou nenhuma efetividade"

Denuncie o Tráfico de Animais  Clicando na Figura



Linha Verde 0800 61 8080

Por : Guedes, F.L.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Queremos o Cerrado na Constituição Federal !

A Constituição Federal de 1988, Art. 225 que trata do Meio Ambiente, não atribuiu ao Cerrado o status de patrimônio nacional, cuja sua utilização só poderia ser feita na forma da lei e dentro de condições que assegurassem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais, o que poderia assegurar sua utilização dentro de critérios para a manutenção de sua preservação. 
O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, se estende por 25% do território Nacional e possui uma fauna e flora extremamente rica. Além da biodiversidade, os recursos hídricos da região são extremamente importantes, visto que é nas suas chapadas que estão às nascentes dos principais rios das bacias Amazônica, da Prata e do São Francisco.


As espécies de animais do Cerrado ficam isoladas e como não há reprodução, quase todas estão em ameaçadas de extinção. Por isso é tão difícil salvar as espécies ameaçadas como a onça-pintada, o tatu-canastra, o lobo-guará, a águia-cinzenta, entre muitas outras, ainda têm populações significativas no Cerrado, reafirmando sua importância como ambiente natural. Porém cerca de 45% de suas espécies são endêmicas, ou seja, só são exclusivas do Cerrado. 

Uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) tenta corrigir o erro de 1988, mas a matéria vem se arrastando pela Câmara dos Deputados por oito longos anos, sem previsão de ser apreciada. Para este ano não dá mais. Percebe-se que quando se trata de uma coisa boa para o meio ambiente o processo é muito mais lento, temos como exemplo a alteração do Código Florestal que está bem mais avançada. É um lobby da pesada (Lobby : atividade de pressão de grupos, ostensiva ou velada, com o objetivo de interferir diretamente nas decisões do poder público, em especial do Legistativo, em favor de interesses privados). 


Atual Texto: “§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais” 
Fonte: CF 1988 - CAPÍTULO VI - DO MEIO AMBIENTE (Art. 225) 

Note-se: que nesse texto não está incluído além do Cerrado a Caatinga e os Pampas 


Para os latifundiários o Cerrado é terra disponível que custa barato, pois o Cerrado virgem vale seis vezes menos do que em campo limpo. É seis vezes mais negócio comprar o Cerrado em pé e depois derrubá-lo. Atualmente o que resta são áreas preservadas, e cercadas em pequenas e médias propriedades, que impedem o trânsito dos animais e sua dinâmica . 

Este Bioma é um dos mais ameaçados do mundo e hoje só restam apenas 20% da sua vegetação nativa. Estudos apontam que o Cerrado corre risco de desaparecer até 2030. Dos 204 milhões de hectares originais, 57% já foram completamente destruídos e a metade das áreas remanescentes estão bastante alteradas, podendo não mais servir aos propósitos de conservação da biodiversidade. 

A ocupação desordenada e destrutiva de sua área faz com que o Cerrado seja hoje o ecossistema brasileiro que mais sofre agressões por parte do crescimento humano. 


Saiba mais sobre os Relatórios de Estudos de Desmatamento do Cerrado clicando Aqui 

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O interesse Oculto em dividir o Pará



Em um intervalo de menos de dez dias ocorre uma votação para alterar o Código Florestal, no Senado e um plebiscito para saber se o estado do Pará será dividido dando origem a duas novas Unidades da Federação (Tapajós e Carajás). Ambos os casos tem os setores econômicos ligados ao latifúndio, extensas propriedades rurais, de um lado e a opinião da população e ambientalistas do outro. No Pará, além do latifúndio, a mineração é outro setor capitalista que vem contribuindo pela campanha de divisão. 

O estado do Pará é a segunda maior Unidade Federativa do Brasil, correspondendo a 14,6% do território nacional, atrás somente do Amazonas. Essa grande extensão territorial tem sido um dos argumentos utilizados para uma divisão. Com essa divisão, o Pará, não será afetado somente em seu espaço físico, mas também nos aspectos administrativos e socioeconômicos. 

O Plebiscito

A votação é obrigatória para todos que tenham domicílio eleitoral no estado, que responderão se são favoráveis à criação do estado de Carajás e se são favoráveis à criação do estado de Tapajós. E há a possibilidade de ser a favor da criação de um e contra a criação do outro. 

Se a maioria votar contra a emancipação das regiões, o Congresso deve abandonar o projeto. Se a proposta de criação de um dos estados ou de ambos for aprovada, a Assembleia Legislativa do Pará terá de elaborar e votar um parecer sobre o assunto que será encaminhado ao Congresso. 

A proposta, então, seria submetida a senadores e deputados e precisaria ser aprovada com maioria em ambas as Casas. Em seguida, cabe à presidente Dilma Rousseff sancionar ou vetar a medida

Interesses Ocultos 

Os defensores da divisão têm usado o argumento de que a extensão territorial do Pará é um obstáculo para o desenvolvimento do estado pela distância entre a administração central e diversas cidades do estado. Porém essa campanha tenta ocultar os verdadeiros interesses dos defensores da divisão. 

Os latifundiários e as grandes mineradoras estão querendo explorar principalmente o Sul e Sudeste do estado, áreas ricas em minérios e que permitiriam uma ampla expansão das fronteiras agrícolas. Caso seja criado, Tapajós incluirá reservas florestais e Carajás englobaria áreas de mineração 

Simpatizantes da divisão afirmam que ela facilitaria a gestão de todas as regiões paraenses e ampliaria os recursos Federais destinados a essas áreas No entanto, é preciso ressaltar que estas atividades econômicas não irão desenvolver a região e muito menos gerar riquezas para a população local. Pelo contrário, são atividades voltadas para a exportação de produtos primários, ou seja, de baixo valor agregado, e que apenas reforçam o caráter atrasado da economia do estado. 

Aspectos Negativos 

Defensores da manutenção das atuais fronteiras temem que a divisão empobreça a região que permaneceria como Pará. Segundo estudo o IDESP (Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará), a divisão reduziria o Pará a 17% de seu território. Porém, o estado conservaria 64% de sua população, de cerca de 7,5 milhões de habitantes. A campanha empobrecerá o que restar do Pará, beneficiará políticos dos novos estados e terá todas as suas riquezas subtraídas. 
Caso seja criado, Tapajós ocuparia 59% do território e abrigaria somente 15% da população e teria quase metade de seu território ocupado por reservas indígenas ou florestais, incluindo o vale do Xingu, onde o governo pretende construir a usina hidrelétrica de Belo Monte (Saiba mais sobre Belo Monte). Outro aspecto negativo é que a região de Tapajós possui grandes áreas florestais, sendo proibido o desmatamento, além de reservas indígenas e áreas de conservação integral. . 

O estado do Carajás ocuparia 27% do atual Pará e teria 21% de seus habitantes, teria a mineração como principal atividade econômica. Cabe salientar que no Pará estão instaladas grandes empresas do setor como, por exemplo, a antiga estatal brasileira Vale do Rio Doce. 

Segundo um estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), caso Tapajós e Carajás sejam criados, gerariam um déficit anual somado de R$ 1,8 bilhão, já que suas receitas não cobririam os custos de manutenção das máquinas estaduais. Os gastos teriam de ser cobertos pelo Governo Federal. Além disso hoje com as contas equilibradas, passaria a ter um déficit anual de R$ 800 milhões. 

A divisão também acarretará em gastos desnecessários para a União e essa proposta é uma estratégia política, pois 3 novos cargos de senadores e 8 de deputados seriam proporcionados para cada um desses novos estados. Na Câmara, alguns estados perderiam cadeiras para que as novas unidades tivessem, cada uma, oito assentos (mínimo estabelecido pela Constituição). 

Por: Guedes, F.L.